Focar apenas em checklists de conformidade é como construir uma casa começando pelo telhado. Conheça os fundamentos que realmente tornam uma política de TP eficaz.
No mundo dos preços de transferência, a conformidade reina absoluta. Empresas investem milhões em documentação robusta, arquivos locais impecáveis e soluções de automação para garantir que todas as exigências regulatórias sejam atendidas. Mas, ao focar obsessivamente em “marcar todas as caixas”, muitos negligenciam o que realmente torna uma política de TP eficaz: a base que vem antes da conformidade.

O ciclo de vida completo do Preço de Transferência
A conformidade é apenas a etapa final de um processo muito mais amplo. O verdadeiro valor está nas fases anteriores:
- Entender o modelo de negócios – Sem uma compreensão profunda das operações, qualquer política de TP será artificial.
- Desenhar estratégias alinhadas à realidade operacional – Não adianta criar regras bonitas no papel se não forem executáveis.
- Implementar e operacionalizar – Muitas políticas fracassam aqui, tornando-se letra morta.
- Revisar e ajustar regularmente – Negócios evoluem, e sua política de TP deve evoluir junto.
- Elaborar acordos intercompany robustos – Eles são a ponte entre a teoria e a prática.
- Desenvolver benchmarks defensáveis – Não basta ser conforme, tem que ser crível.
Quando esses passos são negligenciados, a conformidade vira um exercício superficial. Você acaba com políticas que parecem perfeitas nos relatórios, mas que não resistem a uma auditoria ou mesmo ao dia a dia operacional.
Lembra da FairyTale Inc.? Tinha uma documentação impecável, políticas alinhadas às melhores práticas… mas uma implementação desastrosa. Resultado? Ajustes fiscais milionários e anos de disputas.
Conformidade é necessária, mas não é o único objetivo
Não estamos dizendo que a conformidade não importa – ela é essencial. Mas se você só se preocupa com ela no final do processo, está construindo sobre areia movediça.
Uma abordagem holística, que considera todo o ciclo de vida do preço de transferência, resulta em:
✔ Políticas mais defensáveis (menor risco em auditorias)
✔ Alinhamento entre teoria e prática (menos surpresas na operação)
✔ Eficiência no longo prazo (menos retrabalho e ajustes)
E você? Está focando no que realmente importa?
Muitas empresas caem na armadilha de tratar o TP como um problema de documentação, não de substância econômica.
- Sua política de TP foi criada antes ou depois de entender o negócio?
- Seus acordos intercompany refletem a realidade operacional ou só cumprem exigências formais?
- Você revisa seus benchmarks antes que a fiscalização o faça por você?
Se a resposta for “não sei” ou “não tanto quanto deveria”, talvez seja hora de repensar.
Conformidade é o mínimo. Excelência em TP exige muito mais.
E você? Já viu casos em que o excesso de foco na conformidade levou a problemas reais?



